domingo, 23 de setembro de 2007

sei que ele me olha
quando o admiro
sempre apaixonada
posso sentir seu toque
acariciando meus cabelos
minha pele
envolvendo meu corpo
sussurra em meus ouvidos
alguns de seus mistérios
me deixando tranquila
e em paz
me fala de sua força
mostra sua fúria
nunca vou deixá-lo
e se isso acontecer
ele nunca sairá de dentro de mim
o mar...

domingo, 2 de setembro de 2007

se encobre tudo
os sentimentos se vão
a sensibilidade voa pra longe
ficamos duros
esquecemos do coração
o mundo real toma conta de nós
o concreto foi trocado pelas folhas verdes
a rigidez substitui a magia
negócios dão lugar a coisas simples
temos medo de sonhar
e ousar viver esses sonhos
medo de brincar, de sentir
e esquecemos
que tudo é permitido
que sem amor
vamos morrer
sem vida...

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

era uma menina
e seu pai
ela brincava
ele era distante
ela olhava
ele faltava
as folhas foram caindo
o cheiro da terra ficando forte
e a mulher com um sorriso maroto
tem força
a solidão é amiga
a vida um desafio delicioso
e ele ainda está aqui
ela olha e não vê muito
e lembra
que nunca tentou
quebrar a inocente casca
do homem distante
que sem saber
queria ser muito mais
e ele morreu
ela perdeu
e chorou...

Maio de 2007

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

menino que brilha
como o sol batendo na água do mar
homem sensual
me fazendo voar
olhar maroto
pedindo travessuras
toque seguro
vida tranquila
inocência madura
me fazendo sorrir
jamais deixe
que qualquer tristeza
leve embora
seus sonhos
seu encanto...
anjos...
será??
como???
não fazia sentido
era nublado
confuso e distante
eu não percebia
estava dormente
durante um tempo
que parecia infinito
um dia conheci um deles
ela cuidou de mim
me fez acordar
e enxergar
meu próprio coração
agora sei que existem
e até hoje estou em paz por causa dela

Obrigada Elisa

Beijo grande!!!

sábado, 21 de julho de 2007

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Em Ubatuba acho que realmente comecei a me viciar pelo mar. Fui convidada para dar uma volta de veleiro. Como sou muito organizada, achei que o interior daquilo deixava a desejar para o meu padrão de arrumação e comecei... Meu amigo me observava e achava no mínimo interessante. O passeio foi gostoso, ele me ensinou algumas coisas, tive noções de navegação e tentei dar alguns nós que eu achava que nunca iria conseguir repetir. Me pendurou numa espécie de cadeira que subiu até a metade do mastro aonde fiquei sentada balançando as pernas como uma criança olhando calmamente a paisagem... De vez em quando voltava para dentro e arrumava mais um pouquinho, espaço era o que não faltava, todos com formas e tamanhos diferentes como eu nunca tinha visto. Eu encaixava os objetos nos "buracos" como se fossem peças de quebra-cabeça, era encantador! Meu amigo já começava a achar estranho... Um mundo novo, fascinante e principalmente apaixonante! Quando acabei, ele não reconhecia mais seu barco e me contratou para gerenciar alguns serviços dos quais o barco necessitava. Eu já não era tão estranha!! Mas eu não sabia de nada, não conhecia coisa alguma sobre aquele mundo. O que fazer??! A primeira coisa foi contratar um marinheiro, através dele eu poderia obter algumas dicas, quem sabe... Acabamos nos dando muito bem e ele me ensinou muita coisa, desmontamos praticamente tudo para poder limpar e ver se as coisas funcionavam corretamente tanto nos lugares mais fáceis como debaixo do piso, aonde pude ver a estrutura pela qual se começa a construção de um veleiro. O motor foi colocado à mostra para a avaliação do mecânico. Um outro cara veio instalar as gaiútas novas (janelas do deck) e fazer algo no mastro, o eletricista ficou atrapalhado com a quantidade de serviço e o marceneiro decidiu que faria o resto depois do ano novo porque o tempo era pouco, começamos em meados de novembro e o barco deveria estar pronto para o natal. Um certo dia o dono da marina me perguntou o que eu estava fazendo e então expliquei que gerenciava os serviços e ele disse: estranho, nunca vi uma mulher fazendo isso!! Realmente, naquela época não havia muitas de nós fazendo esse tipo de coisa... Pedi ajuda para encontrar algumas peças e ferramentas e ele me indicou uma pessoa que morava num outro barco e fui até lá. Encontrei um homem trabalhando no convés, mostrei minha lista e perguntei se ele poderia dispor de algum tempo para mim. Fomos até aonde eu trabalhava, ele olhou tudo com ar de conhecedor profundo, me disse para pegar gasolina e trouxe algumas ferramentas estranhas. Ele me fez desmontar e limpar todas as catracas e fiquei uns dois dias cheirando gasolina!! Alguns dias depois ele me convidou para comer um abacaxi na sua "casa" e pude apreciar o que era um barco de verdade aonde se pode viver e viajar com conforto. Dê me ensinou praticamente tudo o que sei a respeito de náutica nos dez anos que vivemos, viajamos, choramos, rimos, sofremos e sonhamos juntos. Agradeço a ele toda a paciência e perseveransa que teve comigo e espero que ele continue realizando seus sonhos. No dia 27 de dezembro de 1996 saímos de Ubatuba para Bracuhy para preparar uma vida nova. Em julho de 98, numa manhã fria e clara, saímos do Saco do Céu na Ilha Grande para algum lugar, o importante era ir.

3 horas da manhã, o céu estava azul e estrelado, o silencio era profundo, somente o barulho do casco na água, até o ruído do motor era agradável. Estava frio mas não o suficiente para tirar o ânimo de uma saída há muito desejada, o vento batia no rosto como um presente e as estrelas faziam reflexo na água calma do Saco do Céu. O destino era o Rio de Janeiro. Eu encarava tudo como se já estivesse aonde eu queria estar a minha vida toda, tinha intimidade com o mar e com o barco, escutava todos os barulhos estranhos e prestava atenção em tudo o que poderia estar fora do lugar. Sempre olhava tudo com um ar encantado, a esteira branca do barco de noite era mágica, as velas cheias e os instrumentos de navegação eram motivo de muito cuidado.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Paraty é minha família. Aqui se acolhe, se aconselha, se diverte, se entristece, se encontram amigos e dissabores e se deixa levar pela loucura sana que existe nas mentes mais sonhadoras e criativas. Não se sai daqui sem levar um pedaço de cada coração e uma vontade constante de voltar. Nunca vou deixar Paraty, seja na alma ou no corpo.

Beijos!!!

sexta-feira, 8 de junho de 2007

A terra geme
está cansada
só pode isso
a água canta baixinho
perguntando
porque ela não enxerga
as folhas não respiram
deixaram de ser verdes
há muitos sóis atrás
os pássaros quase não voam
os animais perderam o encanto
os peixes sufocam
as flores queimam
e um pequeno grupo
daqueles seres mórbidos
ainda tenta tirar
uma gota de água
da terra cansada...


Ana

imagine nosso mundo daqui a um tempo...

quarta-feira, 23 de maio de 2007

quarta-feira, 16 de maio de 2007











1-
Ele quase toca a ponta da asa na água
à procura de alimento
o olhar atento
observando qualquer movimento sob a água
qualquer vulto, qualquer sombra
voa durante dias
tentando alimentar
o corpo cansado
o horizonte amarelo do entardecer
vem todos os dias
aumentar a fome e a solidão
tranquilo, majestoso, ele faz com que o ar
passe sob suas asas como um carinho
a sabedoria de seus movimentos
veio junto com a vida
tantos anos e o mar nunca se esqueceu dele
em um amanhecer calorento no meio do nada
ele avistou algo curioso
foi até lá e pousou numa forma fria e confortável
olhei para ele, apático sobre o convés
coração batendo forte
e a mente perdida
quando lhe estendi a mão com alimento
ele me tocou e finalmente,
sorriu...

2-
o mastro balança
a crista das ondas é branca como ele
de lá de cima ele olha a água
batendo no casco
e sente orgulho
das alturas inspeciona tudo, casco, brandais,
convés, velas, tudo certo
às vezes um balanço um pouco diferente
perturba seu sossego
mas ele logo identifica o problema
e a solução vem fácil
atrás, um tapete longo e uniforme
mostra sua estabilidade
as velas brancas e cheias
lhe dão um aspecto grandioso
quando o mar se enfurece
e mostra sua face amarga
ele mostra sua coragem
na noite estrelada
respira aliviado
a calma dos deuses
é capaz de seguir por mil anos levando
aquele corpo estranho lá embaixo
às vezes cheirando a peixe
às vezes sorrindo
ou reclamando de tudo
mas que nunca vai deixar de amá-lo
porque ele ainda não sabe falar...

3-
a vida passou e ele sente que agora
está mais vivo do que nunca
contempla a água cristalina e tranquila
do seu lugar mais querido
seu lar, seu ninho
se sente recompensado
por estar ali
apesar das profundas marcas
no seu corpo e sua alma
o coração está em paz
o lugar, espaço e tempo são perfeitos
olha para o lado e ela está lá
falante, atarefada
chorando, sorrindo
muitas lágrimas e aflições
foram necessários para chegar ao sol
o mar levou para longe
tudo o que se deve esquecer
e assim seguem numa alegria
serena e perene
uma chuva atrás de um vento
o dia atrás da noite
e o tempo que já não existe mais...

Ana
13.10.06

sexta-feira, 11 de maio de 2007




No topo de uma árvore
está uma semente
o tempo passa
ela se transforma em flor
e então em fruto
tem uma menina entre as folhas
olhando essa mágica estranha
durante um longo tempo
ela acolhe os poucos bichos que chegam
para se alimentarem ou ajudarem as flores
e a menina canta para a árvore
fazendo com que ela fique tranquila
todo aquele universo é feliz
aquele pedaço de verde solitário
muito distante dos outros
que perduram penosamente
num eterno verão sufocante...


Ana

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Me lembro que estava com a mente longe, não tinha nada para fazer. A faculdade ficou para trás e eu estava sem nenhuma perspectiva. Conheci um cara que não tinha muito a ver comigo mas era legal e perguntou se eu queria fazer parte da tripulação de um barco numa regata em Santos. Que mistério!!! Comecei a imaginar um barco de tamanho médio e eu sentada em algum lugar que não sabia o nome tomando sol e sentindo uma brisa calma em meus cabelos voando para trás jeitosamente em camera lenta... Ok, vamos lá!!! Entusiasmada, meio sem jeito e sem saber o que fazer porque não conhecia absolutamente nada do assunto me vi no convés de um veleiro no Iate Clube de Santos completamente atrapalhada olhando de um lado para outro para saber o que estava acontecendo. As pessoas ficavam no cais e perguntavam se poderiam fazer parte da tripulação e meu amigo dizia: sim, claro!! entre aí e faça alguma coisa! A correria era geral, arrumar velas, ajeitar os objetos dentro do barco para não voarem literalmente de um lado para outro, abastecer - água, sanduiches, bolachinhas, frutas e, é claro, cerveja para a comemoração. Os tripulantes se amassavam tentando fazer tudo o mais rápido possível. O barco ficou "pronto" e a regata começou. Pelo que eu tinha entendido cada um tinha uma função, piloto, velas, planejamento, etc, não sabia como se chamava nada mas era possível deduzir muita coisa. Eu não sabia, por exemplo que um veleiro normalmente navega inclinado, ou adernado, e que aquele monte de gente que fica sentado na borda serve para fazer peso para que o barco não coloque a quilha para fora da água e vire. O que é quilha!!!????? Queridinha, é aquela coisa que fica debaixo do barco para fazer peso para equilibrar com o mastro e as velas!! disse um dos tripulantes. Com o andamento da competição fui percebendo que o relacionamento das pessoas não era de todo agradável, gritos, climas, palavras não muito bonitas, falta de entrosamento e de colaboração não contribuiram para que chegassemos a algum lugar, tecnicamente falando... Ajudei como pude e no entanto recebi elogios pois, ao que pareceu fui a única que fez algo nesse sentido. O veleiro era pequeno e, na verdade, sua manutenção não fazia parte do livro dos recordes. Quando fui colocar a vela balão para dentro e abri um armário para ver se encontrava uma luva, de acordo com uma sugestão, encontrei uma das coisas que mais odeio na vida - UMA BARATA ENORME!! - em seguida fechei a porta me refazendo do susto e, neuroticamente cuidadosa, continuei trabalhando. Nos anos seguintes nunca vi uma barata grande dentro dos barcos nos quais trabalhei, só as pequenas, elas chegam debaixo dos rótulos das latas, nos cachos de banana e caixas de ovos e mesmo assim foram poucas. O último lugar foi comemorado por mim e meu amigo que resolvemos rir ao olharmos um para o outro e constatarmos o estado lamentável em que nos encontrávamos, ensopados e cansados! Apesar da experiência pitoresca esse foi o início de uma paixão... Velejar, viajar, olhar aquele monte de estrelas no céu, sentir o vento no rosto, o movimento suave e outras vezes firme do barco, o barulho do casco na água e as velas se encherem me deixa maravilhada. É um amontoado de materiais que parece ter vida e ser digno de amor. Comentavamos eu e uma amiga outro dia que velejadores idolatram seu barcos, uma roda de leme não é simplesmente "aquilo" mas um objeto maravilhoso para ser tocado com carinho e admirado!! Somos apaixonados...!!

Plêiades é uma constelação muito pequena e, para muitos, difícil de se encontrar. Minha mãe tinha fascínio por ela e toda vez que olho para o céu a primeira coisa que vejo são as Plêiades. Tinha uma ligação muito forte com minha mãe, ela colocou no meu coração e nas minhas veias o gosto pelas viajens e pelo mar.
quando gosto muito de um lugar estou levando em consideração tudo o que aconteceu nele e não somente os aspectos físicos. encontrei muita gente bonita e interessante por lá, muita gente que me fez sentir feliz!! eu estava trabalhando num catamaran com um dos comandantes mais gentis que já conheci e passei uns 6 meses entre cartagena, na colombia e san blas no panamá inesquecíveis.
aliás, essa "cabana" da foto é um hotel, dentro tem uma cama e uma mesinha de cabeçeira e o chão é a areia mesmo!!!! e muita gente faz reservas!!!
isso aí é pra todo mundo descansar... esse lugar é lindo!!! o acesso é somente por veleiros ou por avião foi o lugar que mais gostei durante minhas viajens...

consegui!!!!!!! legal, agora já posso contar tudo!!!!

não sei como...

droga!!! não sei usar essa coisa direito! como me acho aqui de novo???